sábado, janeiro 11, 2014

Projeto ABC Do Cinema - Letra A

Resolvi botar ordem nos filmes que tenho em casa, e descobri que não assisti vários, então pensei "porque não assisti-los em ordem alfabética?". Mas, como ficaria muito sem graça, transformei tudo num projeto para 2014, chamei alguns amigos para me ajudarem a escolher um filme de cada letra e voilá: ABC Do Cinema!! E o primeiro filme escolhido foi:

Advogado do Diabo (The Devil's Advocate, EUA, 1997), com Keanu Reeves, Charlize Theron e Al Pacino.
Kevin Lomax (Reeves), é um advogado de uma pequena cidade na Flórida, onde nunca perdeu uma causa. Após defender e absolver um professor acusado de pedofilia, ele é contratado por John Milton (Pacino), dono de um grande escritório de Nova York. Lomax e a mulher, Mary Ann (Theron), embarcam numa vida de luxo e mordomias, mas que acaba se revelando um grande pesadelo.


Eu adoro este filme, do meu ator sem expressão favorito, Keanuu Reeves! Sim, ele faz pencas de filmes de sucesso, sempre com a mesma expressão no rosto, uma coisa assim meio de lado, já saindo, indo embora...estilo olhar 43! Mas não tem jeito, a gente adora, assiste várias vezes e nunca deixa de reparar como ele é bonito.

Numa primeira análise, dá pra dizer que é um filme de suspense sobrenatural, afinal tem demônios e o próprio coisa ruim explodindo em chamas. Podemos dizer também que ele retrata o mundo de ambição e materialismo que vivemos hoje, pois todos os personagens estão mergulhados num mundo de luxo, dinheiro e relações influentes. Existe também a questão da vaidade, de aparecer e ganhar a qualquer custo, de ser e ter sempre o melhor, além das tentações a que estamos expostos no dia a dia. Acredito, no entanto, que a mensagem do filme é: você é livre para escolher, mas saiba que toda ação tem uma consequência (nem sempre boa).

A ação começa num tribunal, durante o julgamento de um professor, acusado por uma aluna de assédio sexual. Enquanto a menina, chorando, conta como tudo aconteceu, Kevin percebe o cliente se masturbando em pleno tribunal! Com raiva, ele pede um intervalo, vai para o banheiro e um jornalista diz a frase fatal "sua sorte um dia ia acabar, todo mundo tem que perder". É o estopim para que ele volte, acabe com a garota e inocente seu cliente, mesmo sabendo que ele era culpado. Ele teve uma escolha, e escolheu vencer. A partir daí, vemos como cada escolha só o leva mais para o topo, mas o deixa cada vez mais sem escrúpulos. Ele tem que vencer, mesmo defendendo pessoas que são claramente culpadas. Ele manipula, mente, passa por cima de tudo e todos, se deixa seduzir por dinheiro, poder e beleza. Até aí, o filme tem mais um tom de drama de tribunal do que sobrenatural, fora algumas visões demoníacas que Mary Ann começa a ter (e ele acha que é piração da cabeça dela, por estar sozinha numa cidade estranha).

A virada começa a ocorrer quando Milton indica Kevin para defender um cliente acusado de triplo homicídio. Cada vez mais sozinha, Mary Ann descobre que não pode ter filhos. E quando Milton sugere que Kevin largue o caso para cuidar da esposa, ele diz não: prefere ganhar o caso e depois cuidar da mulher. E na tarde em que ele, usando falso testemunho, inocenta mais um culpado, chega em casa para descobrir que Mary Ann está transtornada, machucada e acusando Milton de tê-la estuprado, no mesmo momento em que ele estava no tribunal. Tentando ajudar, ele interna Mary Ann, que acaba se matando...e ele ainda descobre que a mãe ultra religiosa teve um deslize na adolescência, e que Milton, além de ser o diabo em pessoa, é seu pai.

Toda a parte final, incluindo o embate entre pai e filho, versa sobre livre arbítrio. Kevin diz que foi manipulado, quer jogar a culpa em alguém que não seja ele, e Milton rebate, jogando na mesa todas as vezes em que Kevin teve poder de escolher, mas deixou a vaidade falar mais alto. Até que Kevin faz a escolha final, e descobrimos que tudo foi uma grande "visão". Ele está no banheiro do tribunal, na Flórida, e resolve voltar e escolher diferente, abandonando o caso. Tudo certo, ok? Nem tanto, afinal parece que Kevin não aprendeu muito bem a lição sobre resistir a tentação de sempre sair por cima.

Então, fica uma pequena reflexão...é mesmo preciso vencer sempre, a todo custo, mesmo que isso signifique mais trabalho, menos tranquilidade, contornos de ética, a perda de pessoas queridas, queda na qualidade de vida, apenas para alimentarmos a vaidade de sermos os melhores?

Comecei muito bem o projeto!! Vamos ver qual será o filme vencedor da letra B!

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